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Comparativo: Ferrari Testarossa Clássica vs. “Nova” Testarossa — Uma Lenda Esquecida

Desde o lançamento da 812 Competizione, venho acompanhando com um misto de expectativa e frustração o que a Ferrari tem feito com seus novos modelos. Como alguém que cresceu apaixonado…

Escrito por Alexandre Derani Neto

Em set 16, 2025

Desde o lançamento da 812 Competizione, venho acompanhando com um misto de expectativa e frustração o que a Ferrari tem feito com seus novos modelos. Como alguém que cresceu apaixonado pela história da marca, me dói dizer: a Ferrari parece ter perdido a mão. E a nova “Testarossa” é o exemplo mais claro disso.

O que era uma Testarossa

A Testarossa dos anos 80 e 90 era um ícone. O som do V12 boxer, aquele ruído metálico subindo de giro, o design marcante com as aletas laterais, os faróis escamoteáveis… Era impossível ignorar uma Testarossa passando na rua.

Larga, baixa, com proporções que desafiavam o design automotivo na época e mesmo assim equilibrada.

Ferrari Testarossa Classica
Ferrari Testarossa

O que é essa nova “Testarossa”?

O que temos em 2025 é, basicamente, um Frankenstein. Pegaram o farol da F80, a saída de escapamento da 458 Speciale, enfiaram um powertrain híbrido que já existe (aquele V8 biturbo com os três motores elétricos) e decidiram dar o nome de Testarossa como se isso bastasse.

O som? Desapareceu. A nova passa na rua como se fosse um carro elétrico genérico de luxo. Cadê o ronco do V12? Agora, o que se ouve é um assobio de turbo seguido de um silêncio frio. Parece mais um motor de motoca com turbo do que a alma da Ferrari.

Design: Uma verdadeira afronta

O design é, sinceramente, uma afronta à herança da marca. Desde a 812 Competizione, a Ferrari começou com essa mania de grelhas frontais esquisitas — formas sem identidade, faróis genéricos, traseiras copiadas de outros modelos. No caso da nova Testarossa, perderam a chance perfeita de lançar uma edição limitada com motor V12, inspirada no visual retrô do modelo original, como fez a Lamborghini com a Countach LPI 800-4.

Mas não. A Ferrari preferiu copiar e colar peças de modelos existentes, colocar uma ficha técnica monstruosa pra disfarçar, e colar um nome lendário no capô como se isso fosse suficiente.

Performance não é tudo

A nova tem mais de 1.000 cavalos, é mais rápida, mais leve, mais tecnológica, faz 0 a 100 em menos de 2,3 segundos. Mas tudo isso é fácil hoje em dia. Uma Tesla Plaid também faz isso. Um Rimac também. O que torna uma Ferrari especial não é só a performance — é a emoção mecânica, o barulho do motor, o envolvimento com o carro.

A Testarossa clássica, com seus “míseros” 390 cv, dava mais sensação de velocidade, de barulho, de risco — de estar pilotando algo verdadeiramente selvagem. E fazia isso com elegância e estilo únicos.

Conclusão

Chamar esse novo carro de “Testarossa” foi um erro. A Ferrari teve a chance de prestar uma homenagem digna a um de seus maiores ícones, mas optou por uma colagem de componentes já usados, sem identidade visual, sem o coração V12, sem o som, sem a alma.

Talvez para o público novo, que olha ficha técnica antes de ouvir o motor, a nova Testarossa seja suficiente. Mas pra quem cresceu apaixonado pelos clássicos… essa “nova” é uma decepção.


Sobre o Autor

Alexandre Derani Neto

Jornalista paulistano especializado em carros de luxo e apaixonado por motores. Sua história com carros começou desde a infância, quando já identificava o modelo do carro pela chave, e assim seguiu uma trajetória em auxiliar pessoas com seus carros atuais e também a conquistar o carro dos sonhos com Consultorias e Configurações Especializadas.

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